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CAVALHADAS DE SÃO PEDRO

As cavalhadas são constituídas por um conjunto de Cavaleiros, Lanceiros, Corneteiros e Rei. Fazem a sua concentração durante a manhã do dia de São Pedro (29 de Junho), junto ao Solar da Mafoma, na freguesia de Ribeira Seca, saindo em desfile, em direcção à igreja, por volta das doze horas.

Esse desfile é iniciado por dois Lanceiros, seguindo-se-lhes os Cavaleiros atrás uns dos outros, em duas filas ordenadas e, em lugar de destaque ao meio, entre as filas segue o Rei, por sua vez seguido de três Corneteiros, terminando a fila também com dois Lanceiros.

Antes da Saída do Rei do citado Solar da Mafoma, os três Corneteiros tocam uma música própria, denominada Alvorada, voltado a tocá-la em conjunto noa locais onde o Rei discursa, à chegada À igreja e junto DA Câmara Municipal, na Ribeira Grande. Durante o percurso os Corneteiros tocam ainda, mas alternadamente, sempre a mesma música em sequência, iniciando o seguinte na mesma nota que terminou o antecedente.

À chegada à igreja, junto da porta principal, os dois Lanceiros da frente recitam primeiro duas pequenas loas, que pretendem descrever a origem das Cavalhadas de São Pedro.

Destas destaca-se a seguinte, por ser considerada muito antiga:

  • Tiveram a terra coberta
  • Havia tanto terramoto
  •  Sem haver vivença certa
  •  Traduziram como oferta
  •  Ao pescador corajoso e forte

De seguida tem lugar o discurso do Rei, a que de denominou Embaixada ou também loas, em verso, narrando a vida de São Pedro.

Termina este, todo o conjunto dá sete voltas ao redor da igreja, representativas dos sete dons do Espirito Santo, seguindo para a Ribeira Grande, onde o Rei fala novamente junto à Câmara Municipal.

Ai o discurso, ainda em verso, destina-se a agradecer ajudas concedidas para a organização das Cavalhadas, dando três voltas ao Jardim Público, que estão relacionadas com uma homenagem ao Espirito Santo, pois a actual igreja ali existente foi anteriormente do Espirito Santo.

As Cavalhadas, no seu desfile dão ainda uma volta junto da igreja da Matriz, seguindo para a igreja de Santo André, irmão de S. Pedro, onde dão três voltas, em sua homenagem, continuando o cortejo pela Ribeira Grande e freguesias limítrofes, terminando novamente junto do Solar da Mafoma.

Ainda relacionadas, com as cavalhadas, a que também chamam Alvorada, nome da música que é tocada pelos Corneteiros, constitui um costume muito antigo os Mordomos do Espirito Santo vestirem um Cavaleiro para desfilar junto ao Rei.

Os Cavaleiros que, por motivo de trabalho ou outros, não possam integrar as “Cavalhadas” cumprem as suas promessas após o desfile, ou então dão a pé as mesmas sete voltas.

Não se pode, assim deixar de realçar o cunho religioso que está directamente relacionado com as Cavalhadas de S. Pedro.

A titulo de registo, para além do interesse desta manifestação, faz-se uma descrição dos trajes de parte dos componentes.

Lanceiros:

  • Trajam camisa branca com laços de fita pregada nos ombros, costas e braços e gravata vermelha.
  • Faixa vermelha pousada no ombro, cruzando o peito até ao nível da cintura, tendo nesta também uma faixa vermelha.
  • Calção vermelho, debruado com galão dourado, com meias brancas.
  • Chapéu de aba larga, levantada na frente, forrado de cetim amarelo, com pimentos em fazenda vermelha, pendurados e penas brancas de galinha, fazendo pincéis.
  • Luvas brancas e espada desembainhada com fitas de seda de várias cores presas no punho.

Corneteiros:

  • Vestem camisa branca e gravata vermelha.
  • Calção amarelo, com galão branco e meia branca.
  • Capa vermelha com galão dourado e na gola três laços de fita.
  • Chapéu de Três bicos, com penacho de fitas de papel de várias cores.
  • Luvas brancas.
  • Cavalo coberto com lençol branco.

Rei:

  • Camisa branca e gravata vermelha.  
  • Calção vermelho com galão nos lados, franja dourada e meias brancas.  
  • Capa com sobre capa azul, debruada a branco, com laços de fita, com alças e pontas caídas nos lados, braços e a meio das costas.  
  • Chapéu de dois bicos (denominado Chapéu de Almirante) enfeitado com plumas amarelas, franja dourada e flores de papel prateado.  
  • Faixa vermelha e verde no ombro direito cruzando o peito até à cintura e faixa vermelha na cintura.  
  • Sapatos de pano vermelho com fivela dourada.  
  • Luvas brancas, empunhando espada com fitas de várias cores presas ao punho.  Barbas grisalhas, que significa pessoa de certa idade.  
  • O cavalo com cobertura verde e vermelha.

Como resultado do apoio financeiro que tem sido concedido à organização das Cavalhadas de S. Pedro por parte da Câmara Municipal, o número de participantes tem aumentado consideravelmente nos últimos anos, chegando a atingir-se um conjunto de cem na globalidade.  Integrada na sua valorização tem sido atribuídos prémios aos Cavaleiros que se apresentam vestidos com maior rigor.